
O Brasil foi, entre 2003 e 2016, assim, uma espécie de Suíça, mas com todas as delícias e benesses dos trópicos. Era o melhor lugar do mundo, não havia termos de comparação com quase nenhum outro país. Alto índice de desenvolvimento humano, população toda alfabetizada, letrada, quase uma massa de intelectuais. Claro, nosso ensino era de primeira qualidade, aparecíamos no topo da lista em qualquer pesquisa internacional sobre o desempenho dos estudantes. Éramos incríveis!
Os investimentos em cursos técnicos cresceram; foi uma época em que entendemos que a universidade não é para todos, que a realização profissional não passa necessariamente por uma faculdade. E aqueles que se tornaram universitários tiveram a chance de desenvolver estudos e pesquisas importantíssimos. Nesses 13 anos, o Brasil brilhou no meio acadêmico e científico, ganhou prêmios Nobel, desenvolveu tecnologias, soluções para tantos problemas que afligiam a humanidade. Éramos quase sobrenaturais.
O Brasil, nesse período, foi o país dos empreendedores. Os empresários, todos eles, eram reconhecidos e valorizados, seu empenho, seu trabalho árduo, toda a responsabilidade e todos os riscos que assumiam. Foram ajudados, é verdade, por um ótimo ambiente de negócios, pelo livre mercado, o fim da burocracia, um Estado enxuto, a responsabilidade fiscal. Livraram-se de uma política tributária insana e, com competência, organização e inovação, puderam crescer, investir, puxar o país. Éramos campeões.
O Brasil foi, entre 2003 e 2016, assim, uma espécie de Suíça, mas com todas as delícias e benesses dos trópicos. Era o melhor lugar do mundo, não havia termos de comparação com quase nenhum outro país
Foi o período em que o Brasil verdadeiramente apostou no capital privado. Criaram-se milhões de empregos, só não trabalhava quem não queria. Era o pleno emprego, que durou até aquele fatídico dia: 31 de agosto de 2016. Até essa data, não havia recessão, o PIB crescia num ritmo alucinante. Todos os setores da nossa economia apresentavam resultados positivos, muito positivos. Nossa moeda era forte. A inflação era baixa. Éramos tudo de bom.